quinta-feira, 12 de abril de 2012

. A Equilibrista .

Às vezes acho que tudo está perdido pra mim.

É como chegar ao final da linha, fundo do poço.. as vezes me sinto com asas quebradas e hematomas por todo o corpo, penso nisso, que o fim chegou e o que resta é me arrastar com o que sobrou. Tem dias como hoje que sinto vontade de me diluir em ácido puro. Do que adiantou lutar para ser feliz? Do que foram feitos os meus sonhos?

Sinto como se estivesse vivendo a margem do que posso ser. Eu sinto as dores do mundo, do parto, do que era gêmeo e foi separado, do que era honesto e foi corrompido. Eu sei, ela sabe o que fez comigo e me sinto estúpida por tê-la deixado pisar nos meus restos. Tantas vezes. Ela me julgava como se tivesse um mapa do que eu sou, do que eu era. Falava como se soubesse dos meus medos e trabalhava cada pedaço do meu cérebro como se fosse um quebra-cabeças. De certo modo, ela estava certa. Eu a deixei assumir o controle das coisas por não saber quem eu podia ser, por não ter direção pra remar. Eu me fiz a sua casa e seu “porta reclamações”. Eu me auto ignorei apenas pra dizer “tudo bem, não precisa se desculpar, foi um dia difícil.”. Mas e eu? Com o que fiquei? Sete meses se passaram e eu virei retrato velho e empoeirado na estante. Suas meninas voltaram, suas festas voltaram, as amantes reassumiram seus lugares e eu sobrei, como sobrava todos esses anos. Agora há quem infle seu ego e diga “você é tão incrível.. esse seu sorriso de canto da boca acaba comigo”. Ela voltou à ativa, garotas. Está pronta para despedaçar e sugar cada gota de vocês. Dessa vez, eu não quis mais, eu me escolhi como prioridade. Olhe para o problema e imagine a pior hipótese. Visualize e contabilize o que vai perder de fato. NADA. A verdade é que só perdemos o que nunca foi nosso, o que é nosso, sempre será. Nós mesmos.

A partir do dia que vi o máximo que poderia acontecer, me preparei pra isso.

Tenho sobrevividos todos os dias, vou a bares, encontro meus amigos e até um amor, desses perfeitos, de Hollywood. E então voltamos à auto sabotagem. Eu não quero um amor perfeito, porque não posso dar um amor perfeito a ninguém. Eu preciso que esse meu caos me mova, porque sei que se um dia olhar para minha vida e descobrir que tenho tudo que preciso, morrerei. Eu sou movida pelo “você não pode, não é capaz de conseguir!”. Isso é o que me mantém. Eu gosto de adrenalina. Eu gosto que me digam o que não posso fazer. Gosto dos olhares repreensivos e dos sussurros “o que essa louca está fazendo?”. Eu sou isso, sou o que condenam. O contraditório. A escória. A subversiva, anarquista, baderneira. Sei que essa intensidade que me faz, me desfaz no mesmo instante. Me construo em areia e sou o vento que me assopra para longe. O pingo d’água borrando o desenho no papel.

Não me importo e não peço permissão para ser. Venho e fico, se não gostar, desapareço.. é o preço que eu pago para viver assim. As vezes não sentem falta, outras vezes, não vivem sem. Eu crio feridas e constantemente estou sangrando. É mórbido, mas sincero. Tenho cicatrizes que eu mesma criei. Sou a salvação e a sentença declarada. Sou a eutanásia, a falta de ar e o sopro de vida. Eu sou meu monstro e a mão que me segura.Caminho entre inverdades e meias verdade, me ato e desato. Recuo, reparo.. Mas nunca, nunca aprendo com o mesmo erro. Sou teimosa, refaço pra ter certeza. Agora que não é mais ela, me apagarei de novo, remeterei ao passado e quando surgir outro obstáculo, apareço de novo.

Eu gosto disso, sou a equilibrista na corda bamba e abuso da sorte.




segunda-feira, 2 de abril de 2012

. Fucking Clarice .


Hora de dar asas à imaginação, saborear o proibido, o caos, as dores de parto.
Com muito esforço, relutando pra nascer, Clarice.

Espero que tirem algum proveito disso tudo, para nós, tudo será incrível ;)