sábado, 31 de julho de 2010

Queda Livre -

Tenho tendência ao pessimismo interno e à alegria exterior.
Venho falar de dualidade.
Simplicidade na vida, dualidade nas coisas. Daquelas pessoas que você usa o adjetivo "engraçada, divertida, da noite" e que no final da noite, se rende à mais gélida sensação de viver: a impotência, a falta de antídoto contra os próprios medos.
Como sustentar uma visão dupla de um bilhão de fatos acontecendo rente à pele?
Como um turbilhão de coisas podem passar pelos meus olhos e brotarem em minha mente tantos conceitos reais e surreais tão anacrônicos?
Aquela certeza de estar fora do próprio mundo, longe demais de tudo, fora do padrão, fora do tempo, fora de qualquer molde.

"Peixe fora d'água, borboletas no aquário.." - Definição mais que própria pro momento.
Podem achar que estou um tanto perdida e angustiada. Pois não estou. É na falta de rótulos e roteiros que me encaixo.
Sei que assim como eu, milhares de pessoas compartilham das mesmas vontades, assim, formamos (sem querer) um subtipo de alguma coisa indefinida.

Contradição - Uma constante e invariável por aqui. O que torna a vida um jogo interessante. Você precisa traçar uma meta, uma estratégia e por mais que use a inteligência e tantos outros artifícios para vencer sempre, chegamos ao obstáculo da nossa essência: somos falhos.
Falhar, por mais negativo que seja, só é o o empurrão que precisamos pra voar, descobrir novos horizontes e/ou ver os mesmos horizontes com lentes diferentes de outrora.
É como estar em queda livre. Só sentirá o vento, da física, se cair. Jogando-se ou não, é o primeiro passo.

Quando caimos, abrimos um leque de possibilidades. VocÊ pode cair até o chão, sem nenhuma proteção. VocÊ pode fazer da sua queda algo prazeroso, que te acrescente uma situação única na vida, você pode fazer da sua queda uma experiência ímpar.
Quem não cai, não nota a sensação de estar acima dos olhos comuns.





Comecei a escrever sem ter um "norte", despretenciosamente pela paixão de aglomerar letras até fazerem sentido ou não.
E sem "norte" vou, deixando a minha queda e o vento me levarem, descobrindo cores, intensidade e formas ainda não vistas.

Descobrir é para poucos. Quem não arrisca não vê o mundo de cima.
Se quiser vir comigo, tenho uma camisa de força sobrando.